domingo, 26 de fevereiro de 2012

Uma visita ao Congresso Nacional.

Neste fim de semana estive visitado o congresso nacional, afim de fazer o tour pelas casas legislativas e conhecer um pouco mais a respeito da instituição. É claro que morando a 14 anos em Brasília, não resolvi fazê-lo do nada. Estava acompanhando um parente em visita a cidade. Já havia estado no congresso por obrigação de ofício, já que tenho uma produtora junto com outros 4 sócios, não é raro aparecerem trabalhos que necessite da captação de imagens no congresso nacional. Só que desta vez despi-me dos conhecimentos adquiridos e simplesmente abri a mente para o que estava por vir, vestindo o manto e o interesse de um simples turista.

Preciso confessar que a impressão que tive foi das piores, se fosse fazer uma análise técnica do acontecido. A primeira coisa que me impressionou foi a falta de técnica e conhecimento da nossa guia. Realmente não sei o que é. Talvez por não querer constrange-la acabei não perguntando se era ela realmente um guia, se estava cobrindo a falta de alguém ou se alguns funcionários do legislativo são escalados para fazer aquele tour nos fins de semana. A mim parecia a última opção.

Dando início, depois que nossa guia conseguiu finalmente colocar o vídeo de apresentação do congresso - isso depois de pedir a ajuda aos próprios visitantes - começamos nosso "calvário". Bem, como produtor multimídia e audiovisual, não pude deixar de notar que o filme de apresentação do congresso é uma "porcaria". Começando pelo roteiro, passando pela produção e se acabando na pós-produção. É obviamente obra de uma licitação que prevê a redução de custo de produção em detrimento da qualidade. Lamentável.

Assistido o vídeo, passamos ao giro pelas instalações do congresso nacional. Começando pelo salão verde, ante-sala da câmara, ouvimos uma explicação muito pobre a respeito das obras ali expostas. Passando pela ventania de Athos Bulcão e pelo DiCavalcanti sem assinatura, fomos a sala de reuniões do presidente da câmara. Chegando lá, fomos educadamente entrando de mansinho enquanto nossa guia ia explicando a respeito do local. Foi quando em uma átimo de segundo ela mudou sua voz para uns 20 agudos e irritantes decibéis a mais, assustando a todos e pedindo que entrássemos rapidamente. Foi o que eu chamo de micro "piti". Foi estridente, descompensado, constrangedor e passível até de um pouco de vergonha alheia, por ela. Que seja, nesse momento já era óbvio que aquela criatura não vivia disso. Mas o pior foi quando um turista de sentou na cadeira do presidente da câmara para tirar uma foto e um segurança do congresso com toda a falta de tato e delicadeza do mundo mandou o rapaz sair da cadeira.
- Senhor saia da cadeira!
Bradou imperativamente o segurança. O rapaz prontamente pediu desculpas.
- Desculpa, ninguém falou que não podia.
- É não pode, sai da cadeira senhor!
- Achei que essa era a casa do povo! (retrucou o rapaz)
- É a casa do representante do povo. (respondeu o segurança)
Olha, até entendo que se a cada meia hora, se em todo grupo que chegar ali, alguém sentar na cadeira para tirar fotos, obviamente que a vida útil do patrimônio público será  rapidamente reduzida. Contudo, não justifica a ação intimidadora de um funcionário público, com um cidadão visitando o congresso nacional. Eu realmente gostaria de acreditar que alguém que ganha mais de R$ 6.700,00 - bem acima da média nacional - para fazer a segurança do congresso, tivesse ao menos tato para lidar com gente que não são uma ameça. São visitantes, gente curiosa, poderíamos dizer até com atitudes inocentes, como a vontade de tirar uma foto na cadeira do presidente da câmara, por exemplo. Seria bom saber melhor a respeito do preparo destes funcionários para exercer tal função. E neste caso faltou informação, tato e educação por parte de nossos anfitriões.

Pensem comigo, o segurança fala desse jeito com qualquer um que entra e faz algo que não deve - por falta de informação. Um cidadão mais exaltado ergue o dedo indicador em riste, imbuído de toda a razão que acha que tem começa a ofender este funcionário. Afinal, ele paga seus impostos e este funcionário está sendo pago com o dinheiro dele. Só; que! Os funcionários não podem ser responsabilizados por atos do cidadão contra o estado e por direito o estado fornece um escudo a seus funcionários. Todo funcionário público, se for ou se sentir ofendido por qualquer cidadão pode dar voz de prisão ao mesmo para se proteger. Não foi este o caso, é só uma reflexão.

Eu acho que todo problema é a confusão que fazem com este escudo. Acredito que alguns funcionários acreditam que o que eles tem é uma espada e ao invés de te-lo para se proteger usam para atacar e se defender. Não se trata ninguém daquela forma, é falta de educação básica. Se está faltando este trato na formação daqueles que fazem o concurso para policial legislativo, que seja fornecido a eles depois de sua admissão. Sem problemas, acredito que o contribuinte não se importaria de pagar por isso para ser bem tratado. Afinal isso é uma característica expansível a todas as esferas cujo é necessária a lida com o público e infelizmente foi um episódio que presenciei.

Chato isso... Mas a visita continuou, o irônico é que quando nos dirigimos ao plenário da câmara, nossa guia pediu para que sentássemos nas bancadas dos deputados para entender como funcionava o sistema de votação eletrônica. Era quase pra rir, ver todos se olhando depois da discussão anterior a respeito de uma cadeira na frente de uma mesa. Sentamos e ali podemos mexer, girar a mesa, ver os botões escondidos por baixo da mesa. O mais chato foi ver o despreparo da nossa guia, eu realmente fiquei com a impressão que ela é funcionária ou da câmara ou de senado e foi escalada para guiar os visitantes. O problema é que não existia o roteiro de informações bem definido, ela ia lembrando das coisas e não lembrando de outras. Se não é função dela pelo menos que informasse o público e estudasse mais para executar uma missão para qual foi escolhida.

Ao fim, ficou a impressão que todos tem no Brasil. A impressão de que o que temos aqui em Brasília é tudo mau feito. Uma injustiça, pois moro e trabalho aqui, já fazem 14 anos e os moradores da cidade acabam por absorver o título de boa vida que faz tudo "nas coxas", pela fama que a cidade tem. E esta visita ao congresso não ajudou muito a desfazer este estigma. Foi Lamentável.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Apendagite Epiplóica: um nó nas tripas!

Esta semana aprendi uma nova as custas de muita dor. Apendagite Epiplóica, isso mesmo, não é grego não.
Trata-se de uma inflamação na região do abdome, mais especificamente na parte que recobre o intestino.

O pior de tudo é correr pro hospital achando que você está com uma crise renal, por conta disso já fui me adiantando e tomando logo um analgésico e um anti-inflamatório. Gato escaldado trem medo de aguá fria. Neste momento começa a grande novela do atendimento em saúde no Brasil e nem adianta ser pago não!!! Cheguei no hospital 13:40 aproximadamente, com dor! Pega senha, hum tela touch screen! moderno, será que é rápido? aguarda ser chamado, chamam, aguarda entrarem em contato com seu plano de saúde ... enquanto isso sentindo dor ... o plano autoriza, assina um monte de papel - que não são lidos obviamente, pois estou com uma dor absurda -  volta pra sala de espera e ... e s p e e e e r a ... ser chamado. O médico chama, um sujeito com cara de quem ainda assistia Power Rangers de tão novo, em 2 minutos eu descrevendo os sintomas, mais 3 minutos de exame e mais 10 minutos dele teclando, teclando, teclando. Eis que recebo uma cacetada de exames para fazer, colhe urina, tira sangue... o começo foi rápido, parecia promissor, foi quando o atendente me diz:

- É duas horas para sair o resultado do sangue e urina viu, senhor?!?

Paciência, já eram umas 15 horas, vou fazer os outros exames e quando terminar passo aqui e pego. Vamos para os exames de imagem, entra em outra recepção, fico teclando na tela para tirar a senha e nada. Continuei dando umas dedadas na tela e nada, foi quando percebi um botão preto ao lado da tela. Pensei, putz! Se a recepção do que tinha touch screen demorou um tempão imagino esta. Paciência vamos lá! olho em volta e 80% das pessoas tem mais de 65 anos, todos preferenciais - imaginei: to ferrado!

E sentindo dor esperei uns 30 minutos para ser chamado - detalhe: era um atendimento de urgência - finalmente sou chamado. A atendente me diz que o plano de saúde precisa autorizar o Raio-X e a tomografia. Pensei com o meus botões: tô ferrado!! Sentindo dor, às 16 horas recebo a notícia que meu Raio-X está autorizado \o/ , mas a tomografia ainda estava em negociação. Paciência, vamos fazer essa chapa logo de uma vez. Sentado na sala de espera do raio-X, sentindo dor e com fome - não almocei devido a inapetência que a dor me causara - esperei longos 15 minutos. Fui chamado para as chapas, tira chapa cola um esparadrapo com os números, coloca a chapa pra dentro da câmara, fica de pé aqui, vira de costas, atenção:

- Pare de respirar!
- Respire normalmente.
- Espera aí que vou ver se ficou boa!

Sai da sala e volta com outra chapa:

- Agora mais outra.
- Enche o pulmão de ar.
- Pare de respirar!
- Respire normalmente.
- Agora deita aqui na mesa! 

Ainda sentindo dor, lá vou eu deitar na mesa, a radiologista procura a ponta do osso da minha bacia para me posicionar corretamente, e tá que me aperta e eu sentindo dor. Em um breve momento, ela olhando a máquina, sem olhar para o paciente, procurando a região do ilio (a ponta da bacia) ela vai em direção ao púbis e acha o pênis. Analisemos! Calça de ginastica, tudo meio solto, acidente de trabalho e tudo mais, mas a radiologista me deu uma patolada! Tudo bem, ela fingiu que não tocou eu achei que não valia uma piada, também por estar sentindo dor e também por que não dava pra encarar àquela respeitável profissional. Segue o exame:

- Pare de respirar!
- Respire normalmente.
- Mais uma vez.
- Pare de respirar!
- Respire normalmente.
- Pronto senhor a imagem vai direto para o sistema e o médico acessa do consultório.

Bom, pelo menos isso! Agora vamos a tomografia. Volto ao guichê de atendimento e pergunto a respeito do meu exame, quando a atendente me dá 3 "boas" notícias.

Primeira ) - Senhor o seu pedido ainda está sob análise para autorização do plano de saúde.
Segunda ) - Só que infelizmente o nosso tomógrafo está desativado, mas não se preocupe, assim que for autorizado o senhor será conduzido de ambulância até o outro hospital para exame.
Terceira )  - Só tem um detalhe senhor. O resultado deste exame demora de duas a três horas para ficar pronto.

Francamente, se eu tivesse um Alien crescendo dentro de mim, numa altura dessas o oitavo passageiro já teria pulado da minha barriga gritando I'm Back!   Daí só chamando a Sigourney Weaver para dar jeito.

Paciência, fazendo as contas vi que meu dia no hospital não ia acabar tão cedo. Diante disto - sentindo dor e morrendo de fome - sentei e só o que me restou fazer foi assistir o fim do Vale a Pena Ver de Novo e  grande parte da sessão da tarde.

Era 17:30, quando recebo a notícia que o exame havia sido autorizado pelo plano de saúde. \o/ Vê se pode?! E lá vou eu par ao guichê assinar mais papelada. Foi quando a atendente me passa um formulário para preencher, leio o conteúdo e pergunto surpreso:

- Essa tomografia é com contraste?

e a atendente responde:

 - Sim senhor!

Então pensei; "Ta de sacanagem!". Eu já não havia comido nada e eles anda iam injetar um monte de porcaria no meu corpo para aumentar a clareza do exame. Paciência, 15 minutos depois chega a ambulância para me levar para outro hospital. Andar de ambulância é deprimente, o cheiro, a disposição do motorista as acomodações, nada presta ali. E lá vou eu chacoalhando na cadeira, sem ter onde se segurar e sentindo dor.

Sai da ambulância, a enfermeira acompanha até a ante sala do tomógrafo e me comunica:

- Senhor!! O senhor precisa tirar toda a roupa, ficar só de cuecas e calçado e vestir este avental.

Na cadeira do lado tinha uma mocinha com seus 20 e poucos anos para fazer seu exames e tendo que escutar aquilo. Entra na cabine, coloca o avental, o avental é curto e lá sai eu pelo corredor afora parecendo estar de mini saia. Logo sou direcionado pra uma sala, tenho que pulsionar a veia para o exame, a radiologista responsável pulsiona a veia, injeta alguma coisa e deixa uma seringa pendurada na pulsão. Enquanto isso volto desfilando corredor afora com as coxas de fora e no braço uma seringa pendurada. Até consigo imaginar cenas mais ridículas, mas aquela já estava de bom tamanho. Sento no banco para esperar, quando abre a porta da sala de exame, chamando o próximo paciente. Pensei, " ufa pelo menos não demorou muito para eu ser chamado", afinal eu era o único de avental. Foi quando a radiologista chamou a menina de 20 poucos anos, que não precisou colocar avental, entrou com a roupa que estava.

"Ta de sacanagem!!!" pensei, e lá fiquei eu mais uns 15 minutos esperando minha vez. Quando, por fim fui chamado, prontamente me coloquei deitado em posição para realização do exame. A radiologista tirou a seringa colocou a sonda para injeção do contraste e começou o exame.

- Você irá escutar uma voz pedindo para encher o peito e prender a respiração!
- Encha o peito e prenda a respiração.

Pensei, "tá bom, entrar num túnel e escutar uma voz? olha lá o que vão colocar nesse contraste! Se eu vir uma luz e alguém me der a mão com certeza é porque eu fiz o passamento!! "

E tô eu lá num entra e sai danado naquela rosca gigante, quando a radiologista avisa que vai injetar o contraste.

- "Uai já não tinham injetado?" eu pensei

Injetaram e o meu corpo começou a esquentar de um jeito, que a impressão era que pulei de 36 pra febris 45 graus num instante. Aí veio aquele gosto de remédio na boca e a voz me dizendo:

- Encha o peito e prenda a respiração.

Foi coisa de 10 segundos, mas quando soltei a respiração parecia que e eu ia colocar pra fora o esôfago, o estomago e todo o intestino pela boca.
A radiologista me peguntou.

- Você tá bem?

Olhei pra cara dela e disse que estava com vontade de colocar o estomago pra fora, ela arregalou o olho, como quem diz: Não vai sujar tudo aí não heim! E eu tive que fazer um esforço sobre humano pra me segurar e não dar este desprazer àquela criatura.

Exame acabado, pego a ambulância de volta para o hospital de origem, chego no hospital e vou direto numa barraquinha que vende salgado, tinha que comer, estava só com o café da manhã até então. Matei um pastelão de frango com coca-cola e corri para pegar os exames que já estavam prontos. 19 horas, foi quando entreguei parte dos exames para o "power tiranossaurus ranger" médico que me atendeu. Mas sem a tomografia o diagnóstico era inconclusivo. Então, ainda com dor mas já sem fome, eu esperei.

20 horas foi quando um laudo preliminar chegou, então levei para o médico que rendeu o "ranger". Ele olhou o laudo e me disse que ia me encaminhar para o cirurgião geral dar uma olhada, contudo me passou a receita que o médico anterior fez antes de morfar e ir para casa.

pensei: "Ta de sacanagem!! Vou pegar outra fila pro cirurgião agora?"

Eu não sei se já disse aqui, mas eu ainda estava com dor e voltei pra recepção, cliquei no touch screen tirei uma nova senha e me pus a esperar, fui chamado, assinei papel, voltei pra espera, uns 20 minutos depois o médico cirurgião geral me chamou. Dois minutos para eu explicar os sintomas + três minutos dele me examinando, olhou o laudo do exame, olhou a receita passada e falou que era aquilo mesmo. Uma inflamação na parede externa do intestino por alguma razão desconhecida.

Apendagite Epiplóica é o nome da desgraça. As vezes eu fico imaginando que sou um Compendium Médico de Doenças. É cada uma que me aparece e agora isso.

Pois é! De alguma forma àquilo torceu, dilatou e inflamou, literalmente dando um nó nas tripas.

Já era quase 21 horas quando eu finalmente consegui sair do hospital. E o resultado será, 4 dias vendo desfile de caixinhas de remédios como anti-inflamatórios, analgésicos e reguladores intestinais, durante o carnaval.

É isso ai!
fazer o que?
Paciência né!!!



PS:. comecei a escrever o texto, agora no finalzinho olhei o relógio e pensei "tá de sacanagem" 3:10 da manhã? Pô tô medicado mas ainda tô sentindo dor tinha que tá dormindo caceta!


sábado, 11 de fevereiro de 2012

4:30AM Fazendo jus ao propósito do site

4:30 da manhã e estou eu aqui, fazendo jus ao propósito do site. Morrendo de uma ansiedade insone, procurando uma justificativa para dormir.  O tempo passa, estamos no dia 12 de fevereiro de 2012, 43 dias se passaram desde o começo do ano, e o ano no Brasil ainda não começou. Tudo parado na expectativa embasbacada de 4 dias para folia de carnaval. Duas semanas, mais 14 dias para o transe absorto na inércia da preguiça acabar. Neste dia, 57 dias do ano de 2012 terão se passado, quase 2 meses inúteis. Viva o Brasil, pais do futuro que nunca chega.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A evolução das Redes Sociais

Sempre fui avesso a qualquer mecanismo tecnológico que servisse para fomentar a inutilidade. Com as redes sociais foi assim durante um tempo, contudo, hoje, consigo enxergar a luz no fim do túnel da empregabilidade destas ferramentes.

Redes sociais eletrônicas é um fenômeno que teve sua origem desde o princípio da comunicação entre computadores através das redes de comunicação. Trocar idéias e mensagens eletrônicas sempre foi essencial para agilizar trabalhos e processos, o ganho de tempo sempre trouxe benefícios nesses casos. Em pouco tempo os computadores já estavam nas universidades servindo de ponte a nobre função de potencializar a pesquisa. Desta forma, evitava que o trabalho em idéias que surgiam em vários cantos do mundo se desenvolvesse me maneira concorrente, passando a funcionar de maneira colaborativa. Ou seja, várias cabeças pensando na solução de uma mesma questão.

Bem, uma ferramenta tão boa não poderia ficar limitada a um universo tão restrito. Ela se popularizou e os alunos começaram a trocar idéias que iam além do interesse cientifico. Opa!! Nossas redes começaram o primeiro bum de fluxo de informações que não eram necessariamente úteis a nobre função de desenvolvimento do pensamento científico. E se pode ser usado para diversão e "fofocas", podemos vender não é mesmo? É! Não demorou muito para os PCs - nossa evolução da máquina de escrever e calcular - virar uma ferramenta de comunicação entre as pessoas no mundo todo.

Surgiram então os primeiros aplicativos de comunicação ponto a ponto como e-mails e salas de discussão como Mircs, entre outros vários que surgiram subsequentemente. Com a comercialização, nova soluções - mais acessíveis e fáceis - foram aparecendo. Essa gênese da popularização permeou a década de 90 no mundo todo. Nos idos da primeira década do novo milênio a internet - como a maioria já sabe e viveu - se tornou um bum. Neste momento passamos a ser alvos de toda sorte de informação trafegando pela rede todos os dias de maneira contínua e ininterrupta. Muita informação comercial, propaganda, venda, anúncios, todos querendo falar com todos. É como se estivéssemos em uma sala apertada lotada de gente em que todos falassem ao mesmo tempo, clamando por atenção.

Algumas tentativas de restringir essa "discussão em sala cheia", foi feita através de grupos exclusivos, onde redes de relacionamentos foram criadas para funcionarem com a inclusão condicionadas apenas a aprovação de algum membro que já pertencesse àquela egrégora. Muito bem, começou nos Estados Unidos de maneira que não se extrapolasse muito além das fronteira daquele país. Diz a lenda que foi só convidarem um brasileiro para o grupo que  o resto do mundo ficou sabendo e entrou também. Piadinhas a parte o Orkut, em 24 de Janeiro de 2004, nasceu com esta proposta, depois de um tempo descambou os acessos e acabaram por liberar a entrada só por meio do cadastro mesmo. O Facebook veio quase junto, 04 de fevereiro de 2004, também com acesso restrito. Primeiro para os estudantes de Havard, depois se espalhando por outras universidades americanas e logo depois aberta também a todos. Logo mais tarde, em 2006, surge o Twitter como um serviço de mensagens para celular com o limite para 140 caracteres.

Pronto, a sala cheia de gente falando ao mesmo tempo se potencializou, as empresas, veículos de comunicação e notícias simplesmente piraram, tentando aproveitar essa quantidade enorme de recursos sem saber como iam se comunicar com esta quantidade de gente falando ao mesmo tempo. E por muito tempo foi assim mesmo, o caos. Pode parecer anti-social de minha parte, mas eu realmente não estou interessado em saber como acordou, tomou café, almoçou, o que vestiu, porque está alegre, porque está triste, dentre outras 3000 chatices cotidianas afetos a cada um dos 500 ou 1000 contatos existentes no roll de "amigos" de um maluco por aí. É insano! A não ser que se vá usar esse tipo de informação para alguma coisa é um desperdício de tempo tremendo. Não porque não me importo com os outros, mas porque os outros não se importam comigo. O que há realmente, na minha opinião, é uma troca de afagos para que alguém possa escutar as suas lamentações. Essa é a ideia que me passa.

A solução para isso? Filtro!! Isso mesmo, filtro! Igual àquele que você usa para coar seu café. Retendo a borra e aproveitando somente àquilo que vamos consumir de fato. Esta é a luz do fim do túnel da utilização de redes sociais. Existem redes direcionadas a certos tipos de assuntos específicos de interesse, como mercado de trabalho, áreas de trabalhos e profissões específicas, diversão, sexo, dentre outras. A despeito disto as pessoas estão começando a compreender o caos e criando seus próprios filtros, se associando a menos pessoas, direcionando a informação de maneira mais crítica, objetiva e qualificada. Um exemplo bem claro disto é Twitter. É claro que ainda é fonte dos acontecimentos dispares da realidade, gerando as notícias mais idiotas que alguém teria que escutar. Contudo, já começo a enxergar as grandes organizações, empresas, agencias de notícias, formadores de opinião, tentando "montar suas barraquinhas" e organizarem filas dentro dessa sala cheia de gente, onde todos falam com todos ao mesmo tempo.

O futuro parece ser promissor a respeito desta falação sem critério. Afinal, se agente já consegue achar gente - finalmente - se enjoando do Big Brother, quem sabe a consciência coletiva também não consegue colocar ordem neste caos de hoje.