sábado, 3 de dezembro de 2011

Modelo de negócio: Cauda longa para TV a cabo.

Vocês já perceberam como é frustrante ficar zapeando insone pelos canais de TV a cabo e mesmo com quase 200 canais não encontrar nada, absolutamente nada que se queira ver. Filmes ou séries pela metade, um monte de reprises da semana passada, misturada com reprises de inéditos da semana. Isso quando um canal não elege um filme para passar duas vezes por dia, todos os dias da semana.

Quem tem a possibilidade de ter uma Smart TV ainda pode tentar navegar por canais de vídeo voltados para essa tecnologia mas a navegação e forma de interação ainda estão precárias.

Este ano começou a aparecer os conteúdos sob demanda na TV a cabo. Alguns são aberttos a degustação e outros são obviamente pagos para consumo. Francamente, vindo de uma TV a cabo que não cobra barato pelo conteúdo exclusivo e ainda sim recheia a programação de intervalos comerciais ganhando dos dois lados parece um assalto a mão armada.

Eu relamente ainda não consegui entender por que as TVs a cabo não adotaram o modelo de negócios que mudou a indústria fonográfica já a quase 15 anos. O chamado modelo "Cauda longa" tem este nome pois tudo o que se produz de música na industria fonográfica está a venda, sob demanda, sem precisar  dividir a  caríssima prateleira com ninguém. Uma música por pior que seja ou mais desconhecida sempre encontra algum interessado, seja pelo motivo de for. Se vender 1 música em 1 mês é lucro. Imaginem um gráfico de vendas X título (música) e que vamos formar uma curva de vendas. Pegamos a mais vendida - 200 milhões por mês - e a menos vendida 1 por mês e entre estas duas estão todas as músicas já produzidas e gravadas pelo homem em toda a sua história. Imaginaram o tamanho desta curva? É como uma cauda decrescente, mas muito comprida e no meio disto tudo o que há é lucro.

Agora imaginem as TVs a cabo disponibilizando todos os filmes que elas guardam em suas prateleiras ou HDs - que sejam. Obviamente o assinante não pagaria a mais pelo que a TV já provê, mas não tem grade para suportar mais do que 24 horas de programação por dia. Se antes de cada filme, séries ou qualquer outro audiovisual existente nos arquivos de cada TV fosse exibidas 4 propagandas comerciais (2 minutos) e depois disso eles deixassem eu assistir o meu filme em paz já estava ok, pra mim. Garanto pra vocês que eu seria um cliente satisfeito pois poderia assistir um filme de minha preferência e eles exibiriam seu anunciante sem problemas.

Muitos perguntariam: Mas esses comerciais que iriam junto aos filmes não ficariam velhos? Eu responreria: Não! Pois eles são incluídos por linha de código que chamaria sob demanda os comerciais mais atuais. E como seria a compra deste espaço comercial? Simples, tecnologia já existente, por aparição e por uma seleção muito mais apurada do público alvo. Pagaria-se o view, exemplo: 2000 aparições em milhares de requisições que iriam muito além da grade fixa de 24 horas por dia. Imaginem agora uma cauda longa sobre todos os filmes produzidos só pelos estúdios de hollywood, com pessoas interessadas em assistir além daquilo que é mostrado na grade fixa da televisão.

Próxima pergunta: e a TV como conhecemos iria acabar? lógico que não, imaginem que a TV de grade fixa só passaria programas inéditos ou ao vivo, se retirarmos todas as reprises que passam atualmente liberaríamos espaço para mais conteúdo inédito. Se você perder a exibição é só requisitar sob demanda.

Então, neste modelo híbrido tería-se o espaço comercial normal de grade + exibições em programas sob demanda. É muito mais dinheiro que eles ganham hoje e um motivo para tornar o fato de existir uma TV paga um fator simbólico, já que estariam enchendo nosso conteúdo de propaganda. Por lógica, quanto mais gente for atingida maior será o retorno de mídia e o assinante poderia passar a pagar só a instalação do receptor, e olhe lá!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário